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ALERTA EPIDEMIOLÓGICO – DVE/DVA/DVS/CIEVS

 

Atualização em 07/10/2021

 

1. Surtos de Doença Diarreica Aguda (DDA) de provável etiologia viral

 

1.1 O que são: doenças gastrointestinais que têm como principal sintoma a diarreia. O aumento do número de evacuações pode ou não ser acompanhado de dor abdominal, náusea, vômito e febre. O surto ocorre a partir de dois casos, com o mesmo quadro clínico e vínculo epidemiológico entre si. De maneira geral, os causadores envolvem uma ampla gama de micro-organismos patogênicos ou agentes não infecciosos, sendo o Norovírus frequentemente envolvido em surtos.

 

 

1.2 Transmissão: a transmissão normalmente ocorre através do consumo de água ou alimentos contaminados. Na ocorrência de casos associados ao Norovirus, a transmissão também pode ocorrer pelo contato com superfícies contaminadas ou diretamente com pessoas doentes, a partir de secreções corporais.

 

 

1.3 Agente Etiológico: De acordo com a literatura, são reportados surtos de DDA, que tem como agente etiológico o Norovírus, associados à ingestão de água potável devido à resistência desse vírus às concentrações de cloro aplicadas na água tratada previstas na legislação de potabilidade [1].

 

2. Situação Epidemiológica atual

 

No estado do Rio Grande do Sul, 25 municípios (tabela 1) estão enfrentando surtos de DDA identificados desde o final de agosto de 2021. As medidas de investigação e controle dos agravos estão sendo realizadas pelos respectivos municípios, Coordenadorias Regionais de Saúde (CRS) e Centro Estadual de Vigilância em Saúde. O agente Norovírus foi identificado como causador do surto em 9 cidades e a investigação está em andamento para determinar a causa nos outros 16 municípios e tomar as providências cabíveis.

 

 Tabela 1. Municípios com surtos de DDA em investigação e CRS.

tabela muni

3. Tratamento

Em caso de sintomas de DDA é recomendado repouso e aumento na ingestão de líquidos para evitar a desidratação, principalmente em crianças e idosos, e, em  caso de sintomas graves, deve-se procurar a unidade de saúde mais próxima.

 

4. Prevenção

4.1 Recomendações aos profissionais de Saúde:

a) Ao identificar um aumento de casos de DDA nos atendimentos médicos, nas Unidades Básicas de Saúde ou atendimentos particulares, atentar para  possibilidade  de   ocorrência  de   surto  -   que  pode   ser  caracterizado pela ocorrência  de  dois  ou  mais  casos  com  vínculo  epidemiológico  entre  si. O profissional  deve   entrar  em  contato   com  a  Vigilância   Epidemiológica   do município e comunicar a situação.

b) Ao examinar pacientes com sintomas, manipular material de análise ou secreções de doentes, reforçar o uso de EPIs, medidas de desinfecção do ambiente e higiene das mãos.

 

4.2 Recomendações à população em geral:

a) Somente consumir água de fontes seguras (potável), tratadas que tenham processo de desinfecção por cloro ou outra tecnologia. Além disso, em situações de emergência, recomenda-se fervê-la antes do consumo e antes do preparo de alimentos por no mínimo 5 minutos. A higienização das superfícies, equipamentos e utensílios utilizados no preparo e consumo de alimentos deveser   realizada  com   água  tratada   e/ou  fervida.  O   gelo  para   consumo  ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável e/ou fervida.

b) Higienizar as mãos de forma adequada, lavando-as com água e sabão, principalmente após a utilização de banheiro, troca de fraldas, antes de preparar e manipular alimentos e antes das refeições;

c) Afastar as pessoas doentes das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas;

d) Realizar a limpeza da caixa d’água uma vez ao ano ou sempre que necessário.

 

4.3 Recomendações às escolas e creches:

a) Ao identificar alunos com sintomas de DDA, realizar seu isolamento e encaminhá-lo ao serviço de saúde, se necessário, e comunicar à vigilância em saúde municipal;

 

b) Somente utilizar água de fontes seguras (potável), tratadas, que tenham processo   de   desinfecção   por   cloro   ou   outra   tecnologia.   Em   caso  de emergência,  recomenda-se  fervê-la  por,  no  mínimo,  5  minutos,  antes  do consumo e preparo de alimentos. O gelo para consumo ou conservação de alimentos deve ser oriundo de água potável e/ou fervida.

 

c) Realizar a limpeza da caixa d'água a cada 6 meses ou sempre que necessário;

 

d) Higienizar constantemente superfícies e ambientes de convívio;

 

e) Pessoas doentes devem ser afastadas das atividades de manipulação de alimentos e reforçar a higiene pessoal mesmo após o desaparecimento dos sintomas.

 

f) Manipuladores de alimentos devem higienizar cuidadosamente as mãos antes da manipulação de alimentos, principalmente após qualquer interrupção, troca de atividade e depois do uso de sanitários;

 

g) Escolas e estabelecimentos de educação infantil que preparam refeições devem proceder com a guarda de amostras (100g/100mL) de todos os alimentos preparados, incluindo bebidas (100mL), em embalagens apropriadas para alimentos, de primeiro uso, identificadas com no mínimo a denominação e data da preparação, armazenadas por 72 horas sob refrigeração, em temperatura inferior a 5º C.

 

h) Colaboradores que realizam atividades de troca de fraldas,higienização de sanitários não devem realizar atividades de manipulação de alimentos, bem como de higienização de utensílios de consumo e/ou preparo de alimentos.

 

i) Higienização de hortigranjeiros cujo consumo será realizado sem tratamento térmico deve ser realizada com água potável e/ou fervida, além de imersão em solução clorada com 100 a 250 ppm de cloro livre, por 15 minutos, ou demais produtos adequados, registrados no Ministério da Saúde, liberados para esse fim e de acordo com as indicações do fabricante. Após a imersão, os hortigranjeiros devem ser enxaguados com água potável e/ou fervida antes de serem consumidos.

 

 

5. Referências

[1] Tavares T.M, Cardoso D.P, De Brito W.M.E.D. Vírus entéricos veiculados por água: aspectos microbiológicos e de controle da qualidade de água. Revista de Patologia Tropical, Vol. 34(2): 85-104, maio-ago 2005.

 

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Tabela 1. Municípios com surtos de DDA em investigação e CRS.



CRS

Municípios

 

Dois Irmãos

Esteio

Morro Reuter

Porto Alegre

 

 

 

 

Bento Gonçalves

Nova Prata

Carlos Barbosa

Garibaldi

Monte Belo do Sul

Caxias do Sul

São Marcos

Pinto Bandeira

 

Santa Maria

Lavras do Sul

 

Colorado

Saldanha Marinho

10ª

Santana do Livramento

13ª

Santa Cruz do Sul

Mato Leitão

 

 

14ª

Horizontina

Tucunduva

Santa Rosa

Santo Cristo

15ª

Barra Funda

Sarandi

 


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